O perfil lipídico pode, portanto, apresentar muitas variações. Estas variações podem ser analíticas, quando relacionadas à metodologia e procedimentos utilizados pelos laboratórios, e pré-analíticas, quando relacionadas a fatores intrínsecos do indivíduo, estilo de vida, uso de medicações, doenças associadas, procedimentos de coleta e preparo da amostra. Os fatores pré-analíticos, especialmente os de origem biológica, são os principais responsáveis pela variabilidade dos resultados e encontram-se nas tabelas II e III. Observa-se, assim, que os valores nos perfis lipídicos dependem de muitos fatores, ou seja, podem encontrar-se ou tornar-se alterados facilmente.
Para observar-se um resultado de perfil lipídico mais coerente com a realidade do paciente, este, deve evitar estar sujeito às variações acima citadas, seguindo essas recomendações:
A) O perfil lipídico deverá ser realizado em indivíduos com um estado metabólico estável.
B) A dieta habitual e o peso devem ser mantidos por pelo menos duas semanas antes da realização do exame.
C) Após infarto agudo do miocárdio (IAM) ou acidente vascular cerebral (AVC) a amostra do paciente deve ser obtida nas primeiras 24h ou depois de decorridas pelo menos oito semanas.
D) É importante assinalar, no entanto, que os valores obtidos em amostras de sangue colhidas nas primeiras 24h do evento isquêmico (IAM), os resultados correspondam efetivamente ao perfil lipídico do paciente. Entretanto nos demais dias da fase considerada aguda do episódio, os valores de lípides sangüíneos se mostram reduzidos, o que pode prejudicar a interpretação dos exames. Assim, se os valores alcançados já demonstrarem hiperlipidemia, significa que o paciente apresenta na verdade, uma hiperlipidemia acentuada. Se os valores forem os de referência, no entanto, pode a rigor, estar ocorrendo uma noção equivocada, já que os valores lipídicos estão normalmente reduzidos após as primeiras 24h do IAM. Nesse caso, recomenda-se repetir a dosagem dos lípides sangüíneos depois de dois meses.
E) Levar em consideração que após qualquer doença ou cirurgia em geral, o perfil lipídico do paciente poderá estar temporariamente comprometido. Recomenda-se, portanto, aguardar pelo menos oito semanas para a determinação dos lípides sangüíneos, pois antes desse período de carência, os resultados podem não refletir o perfil lipídico de base do paciente.
F) Durante a gestação e até o 3º mês do puerpério, os valores lipídicos normalmente se mantêm aumentados. Desse modo, recomenda-se a dosagem dos lípides sangüíneos, de preferência, a partir de três meses após o parto.
G) Nenhuma atividade física vigorosa deve ser realizada nas 24h que antecedem o exame.
H) Realizar jejum prévio de 12h a 14h; se necessário pode-se ingerir água e medicamentos que não possam ser interrompidos. É importante que o médico valorize a solicitação do exame laboratorial, insistindo inclusive por escrito na necessidade do jejum de 12h a 14h para a determinação do perfil lipídico.
I) Realizar as dosagens seriadas sempre que possível no mesmo laboratório para tentar minimizar o efeito da variabilidade analítica.
J) Evitar a ingestão de álcool nas 72h que antecederem a coleta do sangue. Quando isso não ocorrer, considerar as sabidas interferências das bebidas alcoólicas nos lípides sangüíneos, sobretudo em relação aos TG.
B) A dieta habitual e o peso devem ser mantidos por pelo menos duas semanas antes da realização do exame.
C) Após infarto agudo do miocárdio (IAM) ou acidente vascular cerebral (AVC) a amostra do paciente deve ser obtida nas primeiras 24h ou depois de decorridas pelo menos oito semanas.
D) É importante assinalar, no entanto, que os valores obtidos em amostras de sangue colhidas nas primeiras 24h do evento isquêmico (IAM), os resultados correspondam efetivamente ao perfil lipídico do paciente. Entretanto nos demais dias da fase considerada aguda do episódio, os valores de lípides sangüíneos se mostram reduzidos, o que pode prejudicar a interpretação dos exames. Assim, se os valores alcançados já demonstrarem hiperlipidemia, significa que o paciente apresenta na verdade, uma hiperlipidemia acentuada. Se os valores forem os de referência, no entanto, pode a rigor, estar ocorrendo uma noção equivocada, já que os valores lipídicos estão normalmente reduzidos após as primeiras 24h do IAM. Nesse caso, recomenda-se repetir a dosagem dos lípides sangüíneos depois de dois meses.
E) Levar em consideração que após qualquer doença ou cirurgia em geral, o perfil lipídico do paciente poderá estar temporariamente comprometido. Recomenda-se, portanto, aguardar pelo menos oito semanas para a determinação dos lípides sangüíneos, pois antes desse período de carência, os resultados podem não refletir o perfil lipídico de base do paciente.
F) Durante a gestação e até o 3º mês do puerpério, os valores lipídicos normalmente se mantêm aumentados. Desse modo, recomenda-se a dosagem dos lípides sangüíneos, de preferência, a partir de três meses após o parto.
G) Nenhuma atividade física vigorosa deve ser realizada nas 24h que antecedem o exame.
H) Realizar jejum prévio de 12h a 14h; se necessário pode-se ingerir água e medicamentos que não possam ser interrompidos. É importante que o médico valorize a solicitação do exame laboratorial, insistindo inclusive por escrito na necessidade do jejum de 12h a 14h para a determinação do perfil lipídico.
I) Realizar as dosagens seriadas sempre que possível no mesmo laboratório para tentar minimizar o efeito da variabilidade analítica.
J) Evitar a ingestão de álcool nas 72h que antecederem a coleta do sangue. Quando isso não ocorrer, considerar as sabidas interferências das bebidas alcoólicas nos lípides sangüíneos, sobretudo em relação aos TG.
FONTE: III Diretrizes Brasileiras Sobre Dislipidemias e Diretriz de Prevenção da Aterosclerose do Departamento de Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia.
A comparação do resultado dos exames com as taxas normais de um indivíduo saudável deve, então, ser feita com base em um perfil lipídico ideal para um paciente com suas características próprias, levando em conta os fatores de variação. Deve-se, além de orientar o paciente sobre como agir antes do exame para não alterá-lo, como não beber e não praticar exercício físico, conhecer o paciente, para levar em conta os devidos fatores de variação e assim fazer uma avaliação justa e adequada dos exames.
ResponderExcluirNão imaginava que tantos fatores influenciassem nos possíveis resultados do exame de perfil lipídico. Por isso é importante antes de ir fazer um exame por conta própria, consultar um médico que diga exatamente todas essas medidas que devem ser tomadas ao fazer o exame, para que se chegue num resultado o mais fiel possível. E engraçado é que muitos acasos podem acontecer influenciando no resultado, como por exemplo a mulher que fará o exame estar grávida e não saber. Por isso é necessário sempre ter um acompanhamento da nossa saúde e não "uma vez na vida e outra na morte". As chances de resultados falsos são menores quando fazemos mais exames: precisão.
ResponderExcluirÉ realmente impressionante a quantidade de fatores que podem alterar um exame de perfil lipídico. O acompanhamento médico se mostra essencial para a obtenção de resultados corretos, visto que é necessário uma rigorosa atenção antes da realização do exame. E nada melhor do que ser orientado por quem já conhece o nossos hábitos físicos, medicamentosos e até pessoais, para uma correta realização do exame.
ResponderExcluirO mais interessante disso tudo é que a única recomendação que recebo quando vou fazer o perfil lipídico é a do jejum. Agora eu me perguntou se essa informação tem que ser dada pelo médico ou pelo laboratório onde eu vou realizar o exame... Além disso ninguém me pergunta como são meu hábitos alimentares e físicos.
ResponderExcluirComo citou o Lisboa, essa publicação nos faz refletir se estamos fazendo os exames no momento correto e daí parte a importância de uma acompanhamento médico, com um médico que te conhece, que conhece os teus hábitos. Com este acompanhamento, diminuem os riscos de resultados que não codizem com a realidade do paciente.
ResponderExcluirComplementando os comentários anteriores, a relação médico-paciente é muito importante para identificar erros nos resultados ou possíveis alterações. Por isso que uma anamnese completa do paciente na primeira consulta e um acompanhamento é fundamental para identificar riscos na saúde desse paciente. Além disso, em pacientes cardiopatas, o acompanhamento de uma equipe multidisciplinar é muito importante para fazer uma reeducação alimentar, avaliar as condições físicas e fazer as devidas orientações.
ResponderExcluir